[SINUOSIDADES DO CAMINHO] (Dueto)

[SINUOSIDADES DO CAMINHO] (Dueto)

Era tudo pra ser...
... mas não foi
Era...

Escolher
parece tão fácil
Mas, apenas parece, não é

O que era
Não é...
Ou será que é e não vejo...

Haverá um manto da invisibilidade
A tudo, tudo, tudo
...a cobrir?

Pois... Nem a “via”
Que eu via
Vejo...

Havia
O que eu via
E n’agora não mais vejo?
Havia, indicativa placa na urbana via (de minha vida)
A apontar uma devida direção...
...uma determinada via
(e, a vida por ela seguia...)

Todavia, oh!
Eis que assim s'é: Havia uma via para se seguir...

Por que escolher sempre outro itinerário... outro caminho
... a preferir seguir sempre... outra via?
Ou mesmo a andar na contramão?
Ou será qu'eu, pois outra placa via?

Veria eu,
Uma placa que por hora
Não mais vejo?

E essa placa que eu via
Me indicava uma via
Que não havia?

Era tudo imaginação?
A Via que eu via
Não havia?

Na via
Eu seguia
As placas e o coração...

[Pelo caminho...

As sinuosidades
Não me assustavam
O avançar não me impediam

[No caminho...

Eu
Seguia
As placas e o coração...

Seguia...
A via
Que havia...

A via
Que eu
Via...

[E, n’agora
...não vejo
A via que havia

Havia?

Talvez fosse o desejo
a provocar a imaginação...
(Ah, fértil e travessa imaginação!)

[Ou será que não?

E por que ficou invisível
A via que eu via
E, seguia?

Eu
Via...
E
Seguia
As placas
E o coração...

Juli Lima e Cássio Palhares

***