[Qu’ESTRANHO!] (Dueto)

[Qu’ESTRANHO!] (Dueto)

Caminho
Não sinto o chão
Coração bate acelerado...

É noite,
Ou madrugada?
Não sei! Há orvalho no ar...

Caminho...
Busco a Felicidade...
Será o instinto a me guiar?

Haverá uma estrada a levar... para a felicidade?

Encontrarei
curvas no caminho
Como as que tantas vezes sonhei?

O que haverá depois delas?
E a verdade é que faltam placas a guiar minh’ alma...
Teriam sido, quiçá, propositalmente arrancadas?
E se destarte foram, quem fez? Algum inimigo?...
Ou, sei lá! A própria Vida?

Sei o que busco...
E onde desejo chegar...
Inquieta-me, a falta de "sinalização"...

Quero avançar...
Chegar o mais rápido que for
...ao destino
Mas o medo às vezes me invade
O qu'encontrarei no final?
A felicidade ou
a desilusão?
Minha insegurança
É natural?
O “desconhecido”
Assusta?

Ou sou
Covarde?

Não vejo outras pessoas...
Não ouço sons
de passos...
Será que cad'alma
tem o seu próprio caminho,
a sua peculiar estrada?

E, se é a “minha estrada”,
Ela é bem estranha...
(bem diferente dos sonhos!)

Passos
Que não são passos
Avançam...
E as curvas só aumentam...
nesta interminável (a que parece ser) a minha estrada!
Cercada tantas vezes por neblinas, que nada se vê adiante...
(Não é esta a minha estrada dos sonhos...
Mas fazer o que? Desistir não vou!)

Busco a Felicidade...
Contudo, a intuição me diz
Que não devo temer...
E haverá o que temer?

Oh, meu Deus,
Chegarei ao termo da estrada?
Encontrarei a felicidade ou a Felicidade me encontrará?
Convicta, caminho...
Pés não tocam o chão...
Estranha essa sensação...

Caminhar
Sem tocar
O chão...

Mais uma curva...

Olho pra trás
E vejo uma reta sem fim...
Qu’estranho!

Uma Reta e Curvas...
E, Curvas que se tornam
Uma Reta...

Qu’estranho!

Surreal!
Doideira
De doido!

Pés que não tocam
O caminho...
Caminho que desconheço...

Qu’estranho!

Busco a Felicidade!

E, sem tocar o caminho...
Caminho!

Qu’ESTRANHO!

Juli Lima e Cássio Palhares